Judy Garland iniciou muito cedo sua carreira: aos 4 anos participava de um grupo com suas irmãs (The Gumm Sisters); sua família fazia parte do teatro musical.
Estrelou 2 filmes com Mickey Rooney(10 no total), quando começou a ser notada pelo público, mas o sucesso absoluto viria com O Mágico de Oz. Tinha, então, 16 anos e recebeu um Oscar especial por seu trabalho. Foi nesse período que o estúdio MGM anexou uma cláusula em seu contrato que ela não poderia engordar e tampouco perder a sua voz. Receitada pelo próprio estúdio, começou a tomar remédios para não engordar. Mesmo com 20 anos, os executivos do estúdio queriam que ela continuasse a ser a mesma Dorothy, caso contrário perderia o contrato. Diversas vezes tentou o suicídio.
Uma mudança significativa em sua carreira só ocorreu anos mais tarde, com o filme The Pirate, de 1948, em que aparece mais feminina, aposentando a mocinha dos velhos tempos. Nesse período tomava anfetaminas (também receitados pelos médicos de Hollywood, o que a fazia ter alucinações e mudanças terríveis de humor).
Após seu casamento, afastou-se da mãe, a quem culpava por sua tristeza. Elas nunca mais voltaram a se falar. Uma de suas irmãs morreu de overdose de drogas, pouco tempo antes que Judy.
Com sua dependência em remédios, uma tendência para engordar e fama de difícil trato, acabou sendo demitida pela MGM e afastou-se das telas. Voltou-se para a música e acabou ganhando 5 Grammys. Na Inglaterra encontrou um público bem cativo.
Retorna ao cinema com o filme Nasce uma estrela, e acaba concorrendo ao Oscar de Melhor atriz, perdendo-o para Grace Kelly. O filme acaba, de certa forma, sendo um bom paralelo de sua vida.
Nos anos 60 continua sua carreira, e é convidada a apresentar o The Judy Garland Show, pela CBS.
Judy foi uma espécie de amostra do que a fama precoce e o excesso de trabalho podem fazer com uma pessoa: drogas e álcool desde cedo fizeram parte de sua vida. Drogas para dormir, drogas para acordar, anti-depressivos, álcool das festas tomando o espaço da vida privada. A própria vida, cheia de desilusões, a fizera se entregar aos barbitúricos. Em muitos momentos as filmagens eram interrompidas para que ela pudesse se recuperar.
Aos 47 anos seu rosto já mostrava os efeitos agonizantes do excesso de extravagâncias que teve na vida. Cheia de dívidas, acabou morrendo de overdose, em 1969, em Londres. Como atriz já não trabalhava, mas ainda cantava. Frank Sinatra pagou o funeral e afirmou que ela era maior estrela que todos eles juntos. Dos seus ex-maridos, apenas Mickey Deans e Sid Luft estavam presentes. O público também pôde despedir-se de sua estrela, que foi enterrada no cemitério de Hartsdale, Condado de Westchester.
Casou-se primeiramente com David Rose (1941-1943). David a consolou quando ela perdeu um namorado para Lana Turner (Artie Shaw). Começaram a sair juntos e a mãe de Judy tentou impedir, pois ele já era separado e ela muito jovem. Foi o fato de ser mais velho e experiente que atraiu Judy. Garland fugiu durante as filmagens de Babes on Broadway para se casar. Para sua família e estúdio deixou somente um bilhete que dizia: "Estou muito feliz por Dave e eu termos nos casado - dê-me um pouco de tempo e voltarei para terminar o filme com uma tomada por cena. - Amor, Judy."
Todos concordaram que o casamento foi mais para se libertar de sua mãe do que propriamente por amor. Eles foram morar na mansão de Jean Harlow. Mansão considerada assombrada, pois o marido de Jean suicidou-se lá.
Ela engravidou, mas o estúdio e sua mãe decidiram que não era a hora. Seu marido também apoiou a decisão. Judy sentiu-se sozinha e triste por não respeitarem, e jamais perdoou David por isso.
Seu segundo casamento foi com o diretor Vincent Minnelli (1945-1951). Judy e Minelli se conheceram através de Arthur Freed, produtor da MGM. Tornaram-se amigos e logo estavam saindo juntos. Durante as filmagens de Meet me In St. Louis (Agora Seremos Felizes) o caso começou a ficar mais sério.
Ela gostava do jeito dele, da sua calma, de sua capacidade de acalmá-la. Minelli era bissexual, e ela sabia disso.
Casaram-se e logo ela engravidou de Vincent. Ele a tratou como uma princesa desde que soube da gravidez. Os críticos cochichavam que o bebê seria "imaculado" (filho de Dorothy com um homossexual). E todos ficaram surpresos quando Liza nasceu com os olhos e as bochechas do pai, e o nariz empinado da mãe.
Foi um período um tanto quanto calmo para ela, exceto pela depressão pós-parto. Ela tinha dado um tempo na ingestão de pílulas. Quando reiniciou as filmagens, o vício retornou.
Minelli tentou fazer com que Judy se controlasse, porém, depois de um tempo nada surtia efeito e ele cansou-se. A guarda de Liza ficou compartilhada. Durante suas brigas e crises, o casal mantinha a garotinha afastada.
Seu terceiro casamento foi com o empresário Sidney Luft (1951-1964). Judy conheceu Sid quando estava hospedada no Hotel Carlyle. Ele tinha sido casado com Eleanor Powell. Depois de muitos desencontros, casaram-se. Em termo de personalidade, Sid era totalmente diferente de Minelli.
Ele tornou-se seu empresário também, ajudando-a no período em que ela esteve afastada das telas. Tiveram dois filhos, Lorna e Joey. Depois, começaram as crises, também devido à dependência dela em remédios. Além do que as brigas começaram ficar violentas, com um batendo no outro. Ele exigiu a guarda dos filhos. A briga arrastaria anos a fio, com Judy ganhando a guarda.
O quarto casamento de Judy foi com o ator Mark Herron (1964-1967). Judy conheceu esse ator de papéis coadjuvantes numa festa. Ele tinha 33 anos e ela ficara encantada por ele, decidindo trabalhar com ele numa peça. Os planos não deram certo.
Após uma internação, ela assumiu o romance e o apresentou como seu marido. Depois que ele estreou uma peça, anunciaram a separação, depois de comentários baixos (trocados através da imprensa) um contra o outro.
Seu último casamento foi com Mickey Deans (1967-1969). Judy e Mickey casaram-se em 1969, depois de seu divórcio com Mark. Em seu último ano de vida, Judy parecia mais sensível que nunca. Nenhum astro compareceu à cerimônia que foi realizada em Londres. Ele era reconhecidamente um playboy, assim como o marido anterior da atriz.
Embora sorrissem muito em público, o casal brigava constantemente. Ela estava recorrendo a drogas cada vez mais pesadas. Num especial que fez para a TV britânica, olhando para Mickey, cantou uma canção "Pela primeira vez na vida tenho alguém que precisa de mim".
Pobre Judy...
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