quinta-feira, 10 de março de 2016

Cauby Peixoto

Cauby Peixoto (Santa Rosa, Niterói, 10 de fevereiro de 1931) é um cantor brasileiro.[1]
Cauby está em atividade desde o final da década de 1940, Estudou em um Colégio de Padres Salesianos em Niterói, onde chegou a cantar no coro da escola e também no coro da igreja onde frequentava. Cauby trabalhou em um comércio até resolver participar de programas de calouros no rádio, no final da década de 40, no Rio de Janeiro.
Cauby é conhecido no meio artístico como Professor. Cauby tem sua voz caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo estilo "próprio" de cantar, que inclui extravagância e penteados excêntricos. Proveniente de uma família de músicos, o pai (conhecido como Cadete) tocava violão, a mãe bandolim, os irmãos eram instrumentistas as irmãs cantoras e o tio pianista. Sobrinho do famoso Nonô (Romualdo Peixoto), grande pianista, que popularizou o samba naquele instrumento, Cauby também é primo do cantor Ciro Monteiro.
Cauby durante sua infância tinha seu hobby, qual era ir á praias para aperfeiçoar seus dotes de nadador.
Cauby ainda caçula, com seus seis irmãos (Aracy, Moacyr, Andyara, Aráken e Iracema), e Alice (Mãe de Cauby, na época, com 20 anos) passaram por dificuldades depois da morte de Eliziário (Pai de Cauby), foram ajudados pela cunhada de Alice, conhecida como Dona Corina, qual ajudou eles á se mudar para Fonseca. Para os seis, nenhum trauma. Cauby com o tempo foi fazendo amizades novas em seu novo bairro, juntamente com Aráken e Andyara. Já pré-adolescentes, aprontavam muito, tanto que apanhavam e tinham castigos rigorosos.
A casa onde moravam inicialmente em São Francisco Xavier, era uma casa moderna, e de auto custo na época. Só foi possivel adquiri-la, com outra ajuda de Dona Corina, que nunca faltava com sua atenção nas horas mais dificieis, desde de que Eliziário morreu. Na época, era uma casa grande com varanda, quintal, e três quartos.
Cauby mesmo morando em São Francisco Xavier não deixava de ir á Fonseca, rever seus amigos e sua namorada, Josélia, com quem gostava muito de dançar. No Líder Esporte Clube de Niterói, chegou á ganhar prêmios por dançar. Cauby também gostava de ir á Santa Rosa em época de carnaval, para brincar no Ringue e Barreto. Os points animado de então. Com a devida ajuda de Dona Corina, ele se fantasiava com roupas cuidadosamente confeccionada por ela. Cauby desde de pequeno já gostava de roupas diferenciadas.
Tempos depois, Alice (Mãe de Cauby), começou á se relacionar com um homem chamado Anacleto, qual de aproximou lentamente da família Peixoto.
Cauby na adolescência foi considerado diferenciado, pois era vaidoso e sedutor (Mal sabia que ele que em 1954, seria considerado o homem mais bonito do Brasil, eleito por uma revista americana).
Em uma família de músicos, Cauby passou á ter seus primeiros contatos, através de discos de seu irmão, Moacyr, que lhe mostrava canções de Sílvio Caldas e Orlando Silva. Ouvindo um dos discos de seu irmão, escutou a interpretação de Orlando Silva (que se tornou ídolo de Cauby), e se apaixonou pela canção "Rosa" (de Pixinguinha e Otávio de Souza). O rádio já era veículo de massa, e todos gostavam de ouvi-lo. Além de tudo sua mãe e suas irmãs adoravam cantar.
Durante a adolescência em meio ás brincadeiras, lá no fundo de seu peito, já pulsava o sangue de cantor.
Em 1945, Seguindo o exemplo dos irmãos mais velhos, Cauby tratou de ajudar nas finanças de casa, pois já tinha 15 anos. Passou então estudar á noite, e trabalhar durante o dia no comércio. Mesmo sabendo que a música era sua meta, e que tinha á seu favor dois irmãos então enveredando com sucesso, Cauby era muito moço. Nem sonhava com a reviravolta que estava para acontecer em sua vida.
Por esse tempo, Cauby foi trabalhar como vendedor em uma sapataria no centro da cidade, na Gonçalves Dias, quase enfrente á Confeitaria Colombo. Mas, Cauby, na flor de sua libido, encantou-se por uma mulher, e embaralhou-se ao oferecer-lhe um monte de pares de sapatos. A sujeita queixou-se ao seu patrão, um italiano de poucas palavras. Resultado: Cauby foi demitido.
A demissão não lhe rendeu maiores traumas. Tornou-se mais responsável e foi contratado pela Perfumaria Hermany, na mesma rua da sapataria. Na perfumaria ganhou títulos de melhor funcionário, pois estava encarando o comércio muito bem, mas nas vésperas de se tornar gerente, Cauby largou o emprego por causa da música.
Antes de pedir suas contas, Cauby foi até a Av. Venezuela, onde se localizava a Rádio Tupi. Apresentou sua carteira de trabalho, e foi fazer um testes para atuar num curioso programa da "Cacique no Ar". Patrocinado pelo SESC do Rio e promovido pela pianista Babi de Oliveira, o programa chamava-se "Hora do Comerciário". Era perfeito para Cauby, porque ia ao ar aos Sábados, das 18hrs á 19hrs, horário de sua folga. Ele esmerava-se ao máximo para fazer tudo direito e deu certo. Logo nas primeiras apresentações, em fevereiro de 1949, o novato teve os louvores da dirigente do programa. Ele já se destacava-se dos demais.
Depois da "Hora do Comerciário", Cauby foi aos poucos, tentando penetrar em outros espaços. E como sempre, pedindo para dar "canjas" em Boates como a Vogue e procurando até mesmo em teatros. O ator e diretor Sérgio Britto se lembra bem da primeira vez que viu o cantor. Foi no palco do Theatro Rival, na Cinelândia, nos intervalos, entre uma mudança de cenário e outra, do espetáculo do grupo "A Brasiliana", criado pelo polonês Mieci Askanazy. Esse grupo fazia parte do cunho folclórico, explorando a arte negra. Para Sérgio, o mais espetacular em Cauby sempre foi sua entrada no palco, além do fato de cantar bem.
Cauby prosperando. Felizmente, no momento de honrar seus compromissos com as forças armadas, escapou de servir o Exercito. Motivo? Magro demais. Cauby, animado com o sucesso da Rádio Tupi e no Theatro Rival, sentiu que nascera para cantar. Como nessa altura (1949/50) Moacyr e Andyara já estavam em São Paulo atuando na noite paulistana, seu lugar deveria ser lá também.
Com ajudas de seus irmãos (já na música), Cauby teve a primeira oportunidade de realizar sua primeira gravação. Foi em 1951, um ano antes de contratação pela emissora. Em meio aos festejos carnavalescos daquele ano, uma época profícua para o meio fonográfico. Os executivos da etiqueta Carnaval convocaram Cauby para que gravasse seu primeiro 78 rpm.
Cauby gravou seu primeiro álbum em 1951, que foi chamado de "Saia Branca", na época, por não ser muito famoso, teve pouca repercussão.
Um dia de 1952Cauby através de Moacyr, conheceu Di'Veras, qual era um empresario famoso na época e era conhecido por suas grandes estratégias de marketing, ele levou Cauby á São Paulo, especificamente na rua da Rádio Nacional (SP), sem acompanhamento instrumental algum. Di'Veras começou a trabalhar na estética de Cauby, Di'Veras exigiu que Cauby se vestisse bem, pois por ser de família humilde não era acostumado, mas perante os cantores da época, era uma obrigação ser elegante, a mudança encima de Cauby se tornaria constante, Cauby não deixou de gravar discos durante as mudanças, e com o passar dos anos, em 1955 Cauby lançou seu primeiro sucesso no Brasil, Blue Gardênia, em uma versão que trouxe dos EUA em Português, na época era um sucesso na voz de Nat King Cole, ídolo de Cauby. Di'Veras trabalhou com Cauby até 1958, quando Cauby atingiu o 5º lugar nos álbuns mais tocado nos EUA.
Cauby foi convidado para uma excursão aos EUA pelo Cardinal Spellman, em 1955. Durante a viagem no navio, Cauby cantou musicas religiosas. Já nos EUA, com nome artístico de Ron Coby, gravou alguns LP's com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês, Cauby entre 1955 á 1958 ficou indo e voltando dos Estados Unidos.
Citado nas revistas Time and Life como: O Elvis Presley brasileiro. Em 1956 ele apareceu no filme Com Água na Boca cantando seu grande sucesso, Conceição.
Em 1957, Cauby foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, a canção Rock and Roll em Copacabana foi composta por Miguel Gustavo, também autor da marchinha "Pra Frente, Brasil".[2]
O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto (o "China"), no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958), o grupo acompanha Cauby na canção That's Rock, composta por Carlos Imperial. Cauby ainda gravaria a canção "Enrolando o Rock" da banda Betinho & Seu Conjunto, após esse rápida passagem pelo gênero, o cantor não voltaria mais a gravar canções de rock, mas essa escolha não interferiu em sua carreira. Cauby nos EUA cantou com Bing Crosby cantando “Bahia”, em 1955. Com Carmen Miranda, em 1955, em Beverly Hills. Cauby no mesmo ano cantou com Louis Armstrong. Em 1957, quando fez uma visita á Capitol Records, encontrou Frank Sinatra, e teve a oportunidade de cantar e inclusive foi admirado pelo grande nome do Jazz. Cantou com seu ídolo de infância, Nat King Cole em 1958 (ídolo qual dedicou um disco, em 2015). Em 1959, com a maravilhosa Marlene Dietrich. Em 1979, com Elis Regina, com quem gravou “O Bolero de Satã”.
Em 1959, retornou aos EUA para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, aparições na televisão e gravou, em inglês, Maracangalha (Dorival Caymmi), que recebeu o título de I Go (Musica qual levou Cauby á atingir o 5º lugar de disco mais tocado nos EUA em 1958, gravado em um disco compacto de 78 rpm da Epic Records). Numa terceira visita aos EUA, algum tempo depois que participou do filme Jamboreé, da Warner Brothers. Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes. Pois de volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca Drink, passando a se dedicar mais a administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.
A partir da década de 1970, apresentou-se com frequência em programas de televisão no Rio de Janeiro, e pequenas temporadas em casas noturnas do Rio e de São Paulo. Em 1979 o roteiro profissional incluiu Vitória (ES) e Recife (PE), no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga.
Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o álbum Cauby, Cauby, com composições escritas especialmente para ele por Caetano Veloso (Cauby, Cauby), Chico Buarque (Bastidores), Tom Jobim (Oficina), Roberto Carlos e Erasmo Carlos (Brigas de amor) e outros. Bastidores, particularmente, se converteria em um dos maiores sucessos do repertório do cantor. No mesmo ano, apresentou-se nos espetáculos Bastidores (Funarte, Rio de Janeiro) e Cauby, Cauby, os bons tempos voltaram, na boate Flag (SP).
Em 1982 uma temporada no 150 Night Club (SP), com os irmãos Moacyr (pianista) e Araken (pistonista) e lançou o LP Ângela e Cauby, o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha), Contigo aprendi (Armando Manzanero), Recuerdos de Ipacaray (Z. de Mirkin e Demétrio Ortiz) e a valsa Boa-noite, amor (José Maria de Abreu e Francisco Matoso). Apenas em 1985, participaria com a banda Tokyo - do cantor Supla - num rock-bolero chamado "Romântica", composto pelos integrantes do grupo paulista.
Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bar e restaurante A Baiuca (São Paulo), ao lado dos irmãos Moacyr, Arakén, Yracema e Andyara (vozes). No mesmo ano, a RGE relançou o "LP Quando os Peixotos se encontram", de 1957. Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp. Foi lançada pela Columbia caixa com 2 CDs abrangendo as gravações de 1953 a 1959, com sucessos como Conceição entre outros.
Cauby vive em São Paulo com sua fã, empresária e cuidadora, Nancy Lara, responsável pela agenda, figurinos, cenários, montagem dos palcos e repertório.
Cauby se apresenta nas noites de Segunda-Feira no Bar Brahma, um tradicional templo da boemia paulistana, em funcionamento desde de os anos 40's, se localiza na mais famosa esquina brasileira (Av. Ipiranga com Av. São João, em São Paulo, Brasil), uma temporada de três meses, com seu sucesso, levou á uma temporada que dura mais de uma década, com ingressos concorridos, tanto no Bar Brahma, como em seus shows que realiza pelo Brasil, com seu violonista, amigo e irmão de Agnaldo Rayol, Ronaldo Rayol.
No dia 28 de maio de 2015, seu documentário foi lançado no Brasil, (Cauby - Começaria tudo outra vez) de Nelson Hoineff. O filme possui 90 minutos, e fala sobre toda sua trajetória, O filme marcou a reinauguração do Cine Odeon, Cauby fala sobre sua sexualidade e outros temas. Ao longo dos 90 minutos de exibição, o público se assenta em três pilares: além da ideia do eterno recomeço, o modelo de interpretação atemporal de Cauby Peixoto e a sinergia entre ele e a plateia, que transcende gerações. Um interessante fato é de que o documentário foi o mais rentável e de maior sucesso do ano de 2015.

Eduardo Araújo

Eduardo Oliveira Araújo (Joaíma, 23 de julho de 1942) é um cantor e compositor brasileiro que integrou a Jovem Guarda (embora nunca tenha participado do programa da Rede Record)[1] e estourou com o hit "O bom", canção gravada em 1967Nascido no interior de Minas Gerais, na cidade de Joaíma, Eduardo é filho do fazendeiro Coronel Lídio Araújo. Na infância, seus ídolos eram Luiz Gonzaga e Pedro Raimundo.[2] Na adolescência, Eduardo se deixou influênciar pelo rock and roll (principalmente por Gene Vincent)[3] e em 1958 participou da banda "The Playboys". Em 1960, se apresentava no programa de rádio de Aldair Pinto.

Em 1960, Eduardo se mudou para o Rio de Janeiro e passou a se apresentar no programa de televisão "Hoje É Dia de Rock" apresentado por Jair Taumaturgo. No ano seguinte gravou um disco de 78 rotações intitulado "Eduardo Araújo".
Também participou do "Clube do Rock", apresentado por Carlos Imperial. Desapontando com o pouco sucesso, Eduardo voltou para Joaíma.[Em 1966, Eduardo, Erasmo Carlos e Carlos Imperial foram acusados de corrupção de menores, após alguns meses sem aparições públicas, Eduardo e os demais são inocentados pelo Juizado de Menores.[1]
Em 1967, após gravar os The Fevers e assinar um contrato com a TV Excelsior, gravou dois de seus maiores sucessos, as canções, "O Bom" e "Vem Quente Que Estou Fervendo" (gravada anteriormente por Erasmo).[1]
Eduardo assinou contrato com a TV Excelsior para apresentar o programa "O Bom", ao lado de Sylvinha, com quem se casaria em 1969.[1]
Em 1968, gravou o álbum de soul music "A Onda é Boogaloo", produzido por Tim MaiaCom o fim da Jovem Guarda, Eduardo gravou discos influenciado pela psicodelia e o rock progressivo,[3] [5] nessa época recriou canções de compositores brasileiros como Chico Buarque, Ary Barroso[6] e Luiz GonzagaApós ficar cinco anos sem se dedicar a carreira musical, Eduardo compôs uma canção em homenagem ao cavalo Mangalarga Marchador[2] e gravou um disco com influências da música country e do country rock.Nos anos 90, seguiu com o estilo da década anterior. Apresentou dois programas de televisão, "Pena na estrada" (exibido pelo SBT) e "Brasil Rural" (exibido pela TV Bandeirantes).
Em 1995, participou das comemorações dos 30 anos da Jovem Guarda gravando uma coletânea lançada pela PolyGram.
Em 1997, gravou o álbum Pó de Guaraná em Nova Jersey, o álbum conta com a participação da banda brasileira Dr. Sin.
Nos anos 2000, passou a dedicar-se a gravadora Number One, fundada por ele em parceria com Sylvinha. Em 2007, lançam um DVD comemorativo dos 40 anos da Jovem Guarda, cuja divulgação foi interrompida com a morte de Sylvinha em 2008, vítima de câncer de mama, o que abalou profundamente Eduardo.
Em 2014, Eduardo Araújo lançou um DVD comemorativo dos seus 50 anos de carreira, com participações de Sérgio Reis, Renato Teixeira e Victor & Leo.
               

Claúdia Telles

Claudia Telles de Mello Mattos (Rio de Janeiro, 26 de agosto de 1957), é uma cantora e compositora brasileira, famosa como intérprete das canções "Fim de Tarde" e "Eu Preciso Te Esquecer
Filha do violonista Candinho e de uma das precursoras da bossa nova, a cantora Sylvinha Telles, Claudia Telles, ainda menina, foi convidada pela mãe para subir ao palco do Teatro Santa Rosa (RJ) no último show da temporada do espetáculo "Reencontro", que reuniu Sylvia Telles, Edu Lobo, Trio Tamba e Quinteto Villa-Lobos, para cantar "Arrastão" (de Edu Lobo e Vinicius de Moraes).
Claudia iniciou sua carreira fazendo coro para artistas famosos em suas gravações, entre eles The Fevers, Roberto Carlos, José Augusto, Gilberto Gil, Jerry Adriani, Jorge Ben, Belchior, Simone, Rita Lee, Fafá de Belém, entre vários outros. Sua chance de "brilhar" veio, entretanto, quando uma amiga do Trio Esperança, Regina, precisou se afastar do grupo por causa da gravidez, Claudia a substituiu em gravações e shows, ganhando experiência de público. Daí para frente ela se dedicaria completamente à arte musical.
Além das gravações em estúdio, Claudia foi crooner do conjunto de Chiquinho do Acordeon, um dos mais conceituados da época, durante um ano. Saiu quando Walter D'Ávila Filho, ao escutar uma música nova de seu parceiro e também produtor na época da CBS (hoje Sony Music) Mauro Motta, se lembrou dela e de sua voz - um pouco parecida com a da mãe, mas com um timbre metálico, diferente das vozes que havia no mercado e deu-lhe, a título de experiência a “tal” música para gravar. O sucesso foi estrondoso.
A música logo passou aos primeiros lugares das paradas. Todos queriam saber de quem era aquela voz suave e vieram os diversos convites para programas de televisão. O público jovem se identificou imediatamente com aquela menina de cabelos escorridos, tímida, que lhes derramava versos de amor. "Fim de Tarde" foi um dos grandes sucessos daquele ano de 1976 e agora menina-mulher, amadurecida pelo tempo e pelas circunstâncias, conhecia a fama. Foram vendidas mais de 500 mil cópias do compacto simples, o que lhe valeu o primeiro disco de ouro da carreira, oportunidades para excursionar e também para gravar a música em inglês e espanhol.
Aos 19 anos, Claudia se projetava nos mesmos caminhos antes trilhados com incomparável êxito pela mãe. Passou então a ser requisitada para shows, cantando do samba ao bolero. Mas sua paixão era a Bossa Nova, chegando a ser considerada a mais perfeita intérprete de "Dindi", uma das muitas músicas que havia feito de sua mãe uma celebridade e unanimidade nacional, ultrapassando as fronteiras do Brasil.
No seu primeiro LP, em 1977, Claudia regrava “Dindi”, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, grande sucesso na voz de sua mãe, e faz mais dois grandes sucessos, “Eu preciso te esquecer” e “Aprenda a amar”.
Claudia nunca escondeu de ninguém o prazer que sentiu ao gravar "Dindi", um dos grandes sucessos de Sylvinha Telles: "Foi uma forma de homenageá-la". A homenagem foi além, veio em forma de batalha. A mesma batalha empreendida por Sylvinha para mostrar o que queria e do que era capaz, apenas com uma diferença: a dura comparação do seu trabalho com o da mãe, a eterna luta para provar que chegou onde quis sem nunca contar apenas com o fato de ser mais uma filha da mãe famosa.
Quatro anos após o sucesso de "Fim de Tarde", em entrevista à revista O Cruzeiro, contou do seu desejo de resgatar à memória os sucessos da Bossa Nova. Seria um tributo a sua mãe e ao maior movimento da história da música brasileira. Entrou em contato com sua gravadora e discutiram esta possibilidade. A ideia, entretanto, nunca saiu da gaveta, deixando seu sonho adormecido por algum tempo.
"O importante não é fazer coisas grandes, mas saber ser grande nas coisas que se pode fazer", foi graças a esta mentalidade que Claudia conseguiu ultrapassar inúmeras barreiras, muitas vezes impostas pelo próprio mercado fonográfico.

Revista Carícia










quinta-feira, 3 de março de 2016

Em memória Daniela Perez

Daniella Ferrante Perez Gazolla, mais conhecida como Daniella Perez (Rio de Janeiro, 11 de agosto de 1970Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1992) foi uma atriz e bailarina[3] brasileira, casada com o ator Raul Gazolla e filha da autora de telenovelas Glória Perez.
Daniella Perez sempre teve sua vida ligada à arte. Com apenas cinco anos de idade, ensaiava seus primeiros passos na dança. Mais tarde surgiu o convite para dançar profissionalmente em uma das melhores companhias de dança do Rio de Janeiro, a “Vacilou, dançou”. Dany, como era chamada entre os amigos, conheceu seu marido Raul Gazolla em sua primeira participação para a TV, fazendo o papel de uma dançarina de tango na novela Kananga do Japão da Rede Manchete. Após, surgiu o convite para viver a personagem Clô na novela Barriga de Aluguel, quem assinava o texto era sua mãe, Glória Perez. Devido ao seu carisma e talento a personagem ganhou espaço na trama e Daniella foi convidada para estrear a novela O Dono do Mundo, fazendo assim o papel de Yara, irmã da protagonista vivida por Glória Pires. Mais tarde, já reconhecida pelo grande público, a atriz fez o Brasil se apaixonar literalmente, graças ao seu talento na pele da personagem Yasmin, uma jovem que despertava uma admiração do personagem gótico Reginaldo vivido por Eri Johnson que a seguia em todos os lugares, Yasmin era irmã da protagonista vivida por Cristiana Oliveira, na novela De Corpo e Alma, sendo essa a sua última novela.
No início dos anos 90, Daniella foi a melhor candidata ao posto vago de namoradinha do Brasil, anteriormente ocupado por Regina Duarte.
Daniella tinha apenas 22 anos quando foi brutalmente assassinada pelo ex ator e colega de trabalho Guilherme de Pádua e por sua então esposa Paula Nogueira Thomaz (hoje Paula Nogueira Peixoto), que a emboscaram e mataram com 18 punhaladas[4] , que perfuraram o pescoço, pulmão e o coração da atriz. A razão foi o ciúme psicopata ou síndrome de otelo que Paula passou a ter de Daniella após o início das gravações em De Corpo e Alma, telenovela onde Daniella fazia um par romântico com seu cônjuge, juntamente com a frustração pelas investidas mal sucedidas que Guilherme dava na atriz tentando iniciar uma relação. Julgados e condenados por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, os dois cumpriram apenas seis dos 19 anos a que foram condenados em regime fechado.
A indignação popular que se seguiu a esse episódio resultou na alteração da legislação penal, graças aos esforços da mãe de Daniella, Glória Perez, que encabeçou uma campanha de assinaturas e conseguiu fazer passar a primeira iniciativa popular de projeto de lei a se tornar lei efetiva na história do Brasil. A saída da sua personagem na novela De Corpo e Alma foi explicada com uma viagem de estudos ao exterior, e o personagem do ator Guilherme de Pádua deixou de existir.
  • A Prefeitura do Rio de Janeiro prestou uma homenagem, colocando o nome de Daniella a uma creche pública do município, denominada CRECHE MUNICIPAL DANIELA PEREZ.
  • Os MC's Mascote e Neném, criaram uma música chamada Rap da Daniela. Na letra, narram fatos do crime ocorrido com a atriz, em 1992. Assim como a dupla sertaneja Leão & Leopardo fizeram na música Ator Bandido.
  • 11 de agosto de 2015, dia em que Daniella completaria seus 45 anos, os apresentadores Monica Iozzi e Otaviano Costa prestaram uma homenagem a atriz no programa Vídeo Show e também exibiram uma dedicatória feita pelo elenco de De Corpo e Alma, em 1992. Nesse mesmo dia, assim como todos os outros dias 11 de agosto, sua mãe e autora Gloria Perez também homenageou sua filha em suas redes sociais.
  • Daniella Perez foi homenageada por um grupo de fãs em 2015. Vários retratos dela foram pintados pelo artista Gerri Alves, em um muro de sete metros de altura no bairro Campo Limpo, em São Paulo. A mãe da atriz, a novelista Glória Perez publicou a homenagem em suas redes sociais com o e-mail carinhoso da idealizadora do projeto, a administradora de empresas Márcia Gonçalves Francisco .
  • Hoje contém inúmeras ruas com o nome de Daniella Perez no Brasil inteiro. Algumas localizadas em Joinville, Guapimirim, Siqueira, Vila Velha, entre muitas outras cidades.
  • No YouTube possuem diversas homenagens e dedicações em forma de vídeo feita por fãs, que até hoje, choram a morte de Daniella. Também podemos encontrar no site, cenas de telenovelas e comerciais televisivos feito pela atriz, disponibilizados por fãs em seus respectivos canais.A morte da atriz Daniella Perez foi um caso policial notório no século XX no Brasil. Ocorrido em 28 de dezembro de 1992, recebeu ampla cobertura da imprensa e causou comoção popular. Daniella, que à época fazia a telenovela De Corpo e Alma, onde era Yasmin, foi assassinada por Guilherme de Pádua, que fazia par romântico com a vítima na trama, e por Paula Thomaz, esposa de Guilherme. O corpo da atriz foi encontrado numa região de floresta na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com 18 golpes de punhal, que causaram sua morte. O caso chocou o Brasil pelos envolvidos serem artistas muito conhecidos e que trabalhavam juntos. A primeira notícia do caso veio a público um dia depois, em 29 de dezembro de 1992, quando foi noticiado juntamente a outra grande notícia de repercussão nacional, a renúncia do ex-presidente Fernando Collor de Mello[1] . Os dois assassinos foram condenados por júri popular e libertados em 1999Em 1992 a atriz Daniella Perez interpretava, na novela De Corpo e Alma, de autoria de sua mãe Glória Perez, a personagem Yasmin, par romântico do personagem Bira, vivido pelo ator Guilherme de Pádua.
    Na tarde do dia 28 de dezembro, Daniella e Guilherme gravaram a cena do fim do romance de Yasmin e Bira. Logo após as gravações, o ator teve uma crise de choro e procurou inquieto por Daniella diversas vezes no camarim, o que foi presenciado por camareiras do estúdio. Segundo estas camareiras, ele entregou a Daniella dois bilhetes, os quais a jovem se recusou a dizer do que se tratavam, aparentando grande nervosismo. Na policia e na justiça, o que foi confirmado também pelos depoimentos de Paula Thomaz, Guilherme disse que estava nervoso, por acreditar que seu papel estava sendo reduzido na novela, uma vez que, naquela semana, não havia aparecido em dois capítulos.
    No fim da tarde, Guilherme deixou o estúdio Tycoon, na Barra da Tijuca, onde a novela era gravada, foi até seu apartamento na Avenida Atlântica, em Copacabana, e buscou sua mulher Paula Thomaz, grávida de 4 meses. Munidos de um lençol e um travesseiro, o casal deixou o prédio novamente em direção aos estúdios Tycoon, onde Daniella continuava gravando. Chegando ao local, Paula não saiu do carro, mas ficou deitada no banco de trás do Santana de Guilherme, coberta com um lençol, enquanto o ator retornou ao estúdio para terminar as gravações das suas cenas.
    Por volta das 21 horas as gravações terminaram. No estacionamento, Guilherme e Daniella tiraram fotos com fãs e, então, a atriz saiu do estúdio dirigindo um Escort. Em seguida, Guilherme saiu dirigindo seu Santana, que foi seguido pelo motorista das crianças com quem havia tirado as fotos. O motorista viu quando ele parou o carro num acostamento ao lado do posto de gasolina onde Daniella havia parado para abastecer o carro - que foi confirmado pelos frentistas do posto, que preocupados com a possibilidade de assalto, ficaram atentos ao ocupante do carro, e se tranquilizaram ao reconhecer o ator. Ao sair do posto, Daniella teve seu carro fechado pelo Santana de Guilherme, Depois da fechada, os dois desceram de seus respectivos carros e Guilherme deferiu um soco no rosto da atriz, que caiu desacordada. Isso foi presenciado por dois frentistas do posto. Guilherme então colocou a atriz desacordada no banco de trás de seu Santana, agora dirigido por Paula, e tomou a direção do Escort de Daniella Da Avenida das Américas, os carros entraram na Rua Cândido Portinari, uma rua deserta da Barra da Tijuca, e pararam num terreno baldio.
    Lá, Guilherme e Paula começaram a apunhalar Daniella - primeiro dentro do carro, depois num matagal próximo. A perícia comprovou que Daniella Perez foi morta com 18 estocadas que atingiram o pulmão, o coração e o pescoço. O advogado Hugo da Silveira, que passava pelo local do crime, achou estranho dois carros parados num local ermo e, pensando se tratar de um assalto, anotou as placas. Viu no Santana um homem e uma mulher de rosto redondo, que concluiu ser Paula Thomaz. Dirigiu-se então a sua casa, de onde chamou a polícia.
    Quando chegou ao local, a polícia só encontrou o Escort de Daniella. Vasculhando numa moita, encontraram o corpo.
    Na delegacia, Guilherme e Paula chegaram a consolar a mãe e o marido da atriz, o ator Raul Gazolla.
    A polícia, sabendo a placa do carro, foi até os estúdios Tycoon e descobriu que o proprietário era Guilherme de Pádua, apesar de uma letra estar errada. porém a placa anotada foi OM1115 e a placa do ator na planilha do estúdio era LM1115, o que mais tarde se comprovou que a placa foi adulterada com fita isolante pelo ator, de LM1115 para OM1115, o que eliminou a alegação da defesa de crime passional.
    Na manhã do dia 29 de dezembro, a polícia chegou ao apartamento de Guilherme e ele foi levado para a delegacia. Inicialmente o ator negou a autoria do crime, mas no mesmo dia, encurralado pelas provas, acabou admitindo a autoria. Numa conversa com os policiais, Paula chegou a confessar a participação no crime, mas em depoimento negou envolvimento. O delegado do caso chegou a ouvir um telefonema de Guilherme para Paula, em que ele dizia que iria segurar tudo sozinho. Assim a polícia também passou a suspeitar de Paula.
    Guilherme e Paula ficaram presos definitivamente no dia 31 de Dezembro . Ambos reivindicaram o direito de só falar em juízo. Ao longo dos cinco anos até o julgamento, Guilherme de Pádua testou várias versões através da imprensa.
    Nenhum dos dois convenceu os júri, e ambos foram condenados por homicídio duplamente qualificado: motivo torpe e impossibilidade de defesa da vitima.O crime foi destaque em todos os telejornais no Brasil e até no exterior, como na CNN americana e na BBC de Londres.A indignação popular que se seguiu a esse episódio, resultou na alteração, por iniciativa da autora Glória Perez, da Lei dos Crimes Hediondos, que conseguiu mais de 1 milhão de assinaturas: a partir daí, o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe ou fútil, ou cometido com crueldade) passou a ser incluído na Lei dos Crimes Hediondos, que não permite pagamento de fianças e impõe que seja cumprido um tempo maior da pena para a progressão do regime fechado ao semiaberto (em 2006, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a proibição de progressão de regime
    Na prisão, nasceu o filho de Paula e Guilherme, Felipe, em Maio de 1993.
    O casal se divorciou ainda na prisão após a mudança da versão de Guilherme para o crime, ao dizer que Paula também participou.
    Ambos saíram da cadeia antes, cumpriram apenas 7 anos de pena em 1999.

    Motivação do crime

    A versão provada no tribunal da motivação do crime foi a apresentada pelo promotor Maurício Assayag e pelo advogado de acusação Arthur Lavigne. De acordo com depoimento de testemunhas, Guilherme assediou Daniella visando beneficiar-se de sua amizade, por se tratar da "filha da autora da novela". Ele mesmo admite isso em depoimento ao juiz, no Tribunal do Juri. Na semana do crime, ficou inseguro ao receber os capítulos da novela e perceber que sua personagem não estaria presente em 2 capítulos. Pensou que seu personagem estava diminuindo por influência de Daniella. Supondo que Daniella havia contado à mãe das suas investidas, o ator armou a mão da esposa, conhecida por ser extremamente ciumenta, e com histórico de já ter agredido outras mulheres.

    A arma do crime

    Desde o início das investigações, os peritos deixaram muito claro que a arma do crime não foi uma tesoura: foi punhal.
    O laudo da perícia revela que os ferimentos que atingiram Daniella foram feitos por instrumento perfurocortante com dois gumes. (Raphael Pardellas, diretor do IML e laudo pericial incluso no processo crime)
    As perfurações encontradas na blusa de malha que Daniella usava, mostram que o instrumento não entrou esgarçando, como uma tesoura entraria, mas cortando, como uma lâmina de dois gumes pode fazer. A tesoura, para ser considerada perfurocortante terá que ser acionada aberta, o que, sem dúvida, acarretaria, além de um número variado de lesões muito superficiais, outras que se restringiriam à epiderme, o que não aconteceu. Os golpes foram precisos e atingiram 8 vezes o coração de Daniella.
    Outra evidencia que desmente a manobra: apunhalar alguém com uma tesoura aberta provoca inevitavelmente ferimentos na mão de quem apunhala, porque a pessoa teria que agarrar o gume para efetuar os golpes -nem Paula Thomaz nem Guilherme de Pádua tinham qualquer ferimento nas mãos.
    A tesoura foi inventada para escamotear a premeditação. Estaria no carro para que Paula Thomaz abrisse sacos de leite. De acordo com essa versão, Paula Thomaz estava sempre tomando leite, mesmo dentro do carro, nos trajetos cotidianos. Por isso precisava ter sempre uma tesoura à mão. Porém, as pessoas que conviveram com ela, nunca a viram tomando leite e depois do crime não há registros de que o tenha feito.

    Premeditação

    A premeditação ficou comprovada pela presença de Paula Thomaz escondida num lençol, a adulteração perfeita da placa do carro do casal, e a emboscada no posto de gasolina, presenciada pelos frentistas. Complementou-se com a dissimulação: o casal de criminosos indo prestar condolências à família da vitima



                                         













































                                         





                                                   




















                                                         
                                                                   











                   


                                 






















                                                 
                                                                   







                  












                                        

























                                



                                           



                                           


                                         








         







                                              








                                                 















                                             Revista Manequim
                                         















                                                     
                                              Daniela Perez -Infância







                                          









                                                       Daniela Perez Jovem












                               




                                                     
                                                     


                                         
                                                   







                                                       Daniela Perez como Yasmin na Novela De Corpo e Alma-1992
                                               


                                               Bira e Yasmin

                                           








Última cena de Daniela Perez



















                                        

                                                 
                                             
    Daniela Perez  como Yara  na Novela O Dono do Mundo






                                                 
                                      

                                  



                                      
                                   

Daniela Perez  como Clô  na Novela Barriga de Aluguel-1990





                                                     
                                                   Daniela Perez    e Raul Gazzola
                                                     





                              



                  








                                 Daniela Perez e Amigos









                                 




                     
    Daniela Perez com a mãe Glória Perez



                                      Pertences de Daniela Perez








                                        Daniela Perez Morta