Claudia Telles de Mello Mattos (Rio de Janeiro, 26 de agosto de 1957), é uma cantora e compositora brasileira, famosa como intérprete das canções "Fim de Tarde" e "Eu Preciso Te Esquecer
Filha do violonista Candinho e de uma das precursoras da bossa nova, a cantora Sylvinha Telles,
Claudia Telles, ainda menina, foi convidada pela mãe para subir ao
palco do Teatro Santa Rosa (RJ) no último show da temporada do
espetáculo "Reencontro", que reuniu Sylvia Telles, Edu Lobo, Trio Tamba e Quinteto Villa-Lobos, para cantar "Arrastão" (de Edu Lobo e Vinicius de Moraes).
Claudia iniciou sua carreira fazendo coro para artistas famosos em suas gravações, entre eles The Fevers, Roberto Carlos, José Augusto, Gilberto Gil, Jerry Adriani, Jorge Ben, Belchior, Simone, Rita Lee, Fafá de Belém,
entre vários outros. Sua chance de "brilhar" veio, entretanto, quando
uma amiga do Trio Esperança, Regina, precisou se afastar do grupo por
causa da gravidez, Claudia a substituiu em gravações e shows, ganhando
experiência de público. Daí para frente ela se dedicaria completamente à
arte musical.
Além das gravações em estúdio, Claudia foi crooner do conjunto
de Chiquinho do Acordeon, um dos mais conceituados da época, durante um
ano. Saiu quando Walter D'Ávila Filho, ao escutar uma música nova de
seu parceiro e também produtor na época da CBS (hoje Sony Music) Mauro
Motta, se lembrou dela e de sua voz - um pouco parecida com a da mãe,
mas com um timbre metálico, diferente das vozes que havia no mercado e
deu-lhe, a título de experiência a “tal” música para gravar. O sucesso
foi estrondoso.
A música logo passou aos primeiros lugares das paradas. Todos queriam
saber de quem era aquela voz suave e vieram os diversos convites para
programas de televisão. O público jovem se identificou imediatamente com
aquela menina de cabelos escorridos, tímida, que lhes derramava versos
de amor. "Fim de Tarde" foi um dos grandes sucessos daquele ano de 1976 e
agora menina-mulher, amadurecida pelo tempo e pelas circunstâncias,
conhecia a fama. Foram vendidas mais de 500 mil cópias do compacto
simples, o que lhe valeu o primeiro disco de ouro da carreira,
oportunidades para excursionar e também para gravar a música em inglês e
espanhol.
Aos 19 anos, Claudia se projetava nos mesmos caminhos antes trilhados
com incomparável êxito pela mãe. Passou então a ser requisitada para
shows, cantando do samba ao bolero. Mas sua paixão era a Bossa Nova,
chegando a ser considerada a mais perfeita intérprete de "Dindi", uma
das muitas músicas que havia feito de sua mãe uma celebridade e
unanimidade nacional, ultrapassando as fronteiras do Brasil.
No seu primeiro LP, em 1977, Claudia regrava “Dindi”, de Tom Jobim e
Aloysio de Oliveira, grande sucesso na voz de sua mãe, e faz mais dois
grandes sucessos, “Eu preciso te esquecer” e “Aprenda a amar”.
Claudia nunca escondeu de ninguém o prazer que sentiu ao gravar
"Dindi", um dos grandes sucessos de Sylvinha Telles: "Foi uma forma de
homenageá-la". A homenagem foi além, veio em forma de batalha. A mesma
batalha empreendida por Sylvinha para mostrar o que queria e do que era
capaz, apenas com uma diferença: a dura comparação do seu trabalho com o
da mãe, a eterna luta para provar que chegou onde quis sem nunca contar
apenas com o fato de ser mais uma filha da mãe famosa.
Quatro anos após o sucesso de "Fim de Tarde", em entrevista à revista O Cruzeiro, contou do seu desejo de resgatar à memória os sucessos da Bossa Nova.
Seria um tributo a sua mãe e ao maior movimento da história da música
brasileira. Entrou em contato com sua gravadora e discutiram esta
possibilidade. A ideia, entretanto, nunca saiu da gaveta, deixando seu
sonho adormecido por algum tempo.
"O importante não é fazer coisas grandes, mas saber ser grande nas coisas que se pode fazer",
foi graças a esta mentalidade que Claudia conseguiu ultrapassar
inúmeras barreiras, muitas vezes impostas pelo próprio mercado
fonográfico.
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