segunda-feira, 25 de junho de 2018

Estúpido Cupido

Estúpido Cupido foi uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo no horário das 19 horas entre 25 de agosto de 1976 a 25 de fevereiro de 1977, substituindo Anjo Mau e sendo substituída por Locomotivas, totalizando 160 capítulos[3] .
Escrita por Mário Prata[1] [2] e dirigida por Régis Cardoso, foi a última novela gravada em preto-e-branco[3] e a 18ª "novela das sete" exibida pela emissora.
Teve Françoise Forton, Ricardo Blat, Ney Latorraca, Elizabeth Savalla, Luiz Armando Queiroz, Heloísa Millet, João Carlos Barroso, Djenane Machado, Nuno Leal Maia, Célia Biar, Kléber Macedo, Leonardo Villar e Maria Della Costa nos papéis principais.
A novela foi reprisada a partir de maio de 1979 às 14 horas[3] , quando ainda não se usava a denominação Vale a Pena Ver de Novo.
A história é ambientada na fictícia Albuquerque, no interior de São Paulo, no início da década de 60 – época marcada por mudanças de comportamento em boa parte do mundo. Lá, os jovens curtem os acordes do rock e do twist nas pistas de dança, seguem o modismo dos jeans e dos blusões de couro e se exibem em lambretas e motocicletas pelas ruas da cidade[6] . Neste contexto, evoluem os personagens locais que entrelaçam suas histórias, tornando a trama recheada de humor e romance:
A estudante normalista Maria Tereza, conhecida como Tetê, é uma moça sonhadora que deseja sair da pequena Albuquerque para ser eleita Miss Brasil. Porém, o namorado João, aspirante a jornalista, morre de ciúmes e pretende se casar com ela, colocando-se como empecilho nos seus planos[7] .
Tetê é filha de Olga Oliveira, mulher elegante e desquitada que vive uma vida solitária para evitar comentários maldosos à respeito da sua reputação. Olga vive com a mãe, a rabugenta Vovó Zinha, e também é mãe de Ciça, moça mimada e voluntariosa que pouco se dedica aos estudos, mais preocupada em flertar com os rapazes e brigar com as colegas; e Joel Otávio, conhecido como Tavico, um menino desajeitado e inibido, o oposto das irmãs. Transforma-se quando começa a fazer parte do grupo de rock Personélitis Boys- onde é proibido de cantar pela sua desafinação - e fica agora conhecido como Caniço. Mas, não consegue confessar seu amor pela inquieta Glorinha, a menina mais engraçada da cidade que mantém em segredo um diário[7] .
João, por sua vez, é filho de Alcides Guimarães Filho, o Guima, viúvo austero e autoritário, proprietário do Albuquerque Tênis Club, local de festas onde se reúne a alta sociedade da cidade. Entra em conflito com o filho constantemente, pois projeta para ele uma carreira promissora como engenheiro ou médico, o que João não aceita. Guima ainda mora com o pai, o aposentado Guimão que tem uma preocupação permanente com a morte achando que através das ondas de rádio entrará em contato com os mortos. Vive na companhia de Zé Maria, filho mais novo de Guima que adora futebol e, muito curioso, tenta frequentar os bailes e festas da cidade para poder dançar, e Joana D'Arc da Silva, conhecida como Daquinha, governanta da família há quase 15 anos. Criara Zé Maria desde pequeno e, solteira, procura um namorado usando o correio sentimental da cidade.
Guima, homem amargo depois da morte da única esposa, se torna mais gentil e cordial ao conhecer Olga, com quem engata um romance, que contrasta com a ansiedade dos pares jovens da trama[8] .
O prefeito tem como único amigo o Dr. Armando Siqueira, delegado da Albuquerque há 20 anos. Dr. Siqueira é divertido e adora contar piadas, das quais é o único a achar graça. É apelidado pelos jovens de Tom Mix pelo seu tipo fino. Pai de Glorinha, é casado com Maria Antonieta, a Mariinha, uma das mulheres mais elegantes da cidade que se arruma com esmero para quando o marido chegar em casa. Dr. Siqueira ainda é patrão do Cabo Fidélis, homem alto e forte que age como se fosse xerife da cidade e assume também a função de guarda, além de ser apaixonado por Daquinha[7] .
Mederiquis, como é conhecido Antônio Ney Medeiros, é um típico personagem da época, representante da chamada juventude transviada. Playboy e fã de Elvis Presley, é líder do conjunto de rock Personélitis Boys e está há sete anos no curso científico – correspondente ao atual ensino médio – para não perder a mesada do pai, o ponderado comerciante Miguel. Envolve-se com a carioca Betina, sobrinha de Olga, que chega à Albuquerque para fazer uma pesquisa de sociologia e percebe que tem costumes e pensamentos mais avançados do que os das meninas locais. Além de Mederiquis, Betina, João, Glorinha e Caniço, o grupo jovem da novela ainda é formado por Carneirinho, cantor e braço-direito de Mederiquis, sempre na garupa de sua lambreta, pronto a seguir suas ordens; e Aninha, amiga inseparável de Glorinha e apaixonada por Carneirinho[9] .
Meio mendigo, meio desligado, passando dias na praça, o personagem Belchior também é um destaque. Entre 11h e meio-dia, Belchior coloca no ar uma estação de rádio imaginária, com propagandas, anúncios de filmes em cartaz e o programa Telefone Pedindo Bis. As pessoas que se aproximam são prontamente entrevistadas por ele. Belchior também tem grandes conhecimentos de matemática e literatura. Alguns pensam em interná-lo, mas os rapazes, liderados por Mederiquis, protegem-no[10] .
Um núcleo importante da trama é o do religioso Colégio Normal de Albuquerque, composto por padres e freiras. Os diretores são: Madre Encarnación, que comanda com rigidez principalmente no que diz respeito à disciplina escolar; e Padre Batista, homem conservador que ainda ministra aulas de biologia e se ocupa em ouvir confissões dos jovens da cidade que o apelidaram carinhosamente de Batistão. Os profissionais da escola são: Irmã Consuelo, a atrapalhada professora de religião que se preocupa com o comprimento das saias das alunas; Padre Almerindo, professor de Latim e Espanhol que, apesar da rigidez, os alunos vivem lhe pregando peças; Frei Damasceno, inspetor rigoroso e turrão; Padre Guido, professor de matemática bonachão, popular entre os alunos; e Irmã Angélica, professora de Português e principal incentivadora das atividades artísticas entre os alunos. Propõe a criação de um grupo de teatro amador, mas é aconselhada pela direção a limitar-se às suas aulas[7] . Nutre um amor platônico por Belchior, com quem vive a conversar às escondidas nas horas vagas.
Outros personagens de destaque são as fofoqueiras Adelaide e Eulália que, por telefone, controlam a vida de todos os moradores da pequena cidade[11] ; Aquino, prefeito de Albuquerque cinquentão e solteiro que vive procurando uma moça para casar-se; e Acioly, geólogo e sobrinho de Adelaide que chega na cidade a fim de pesquisar sobre a existência de petróleo no local. Elegante e maduro, encanta-se por Tetê e passa a frequentar sua casa na tentativa de conquistá-la





















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